segunda-feira, 3 de junho de 2013

Último surto de Dengue serve de alerta para a saúde em Visconde do Rio Branco




Dos 30 municípios mais afetados no Estado de Minas Gerais, de acordo com o Informe Epidemiológico – Dengue de 24/05/2013, o Visconde do Rio Branco-MG- ficou em 9º lugar, com uma incidência de 7.401,34, com 2.809 casos notificados.  A incidência resulta da multiplicação do número de notificações por 100.000, dividida pelo número de habitantes (39.742 habitantes no caso de Visconde do Rio Branco-CENSO 2010).  Assim, a cidade fica enquadrada em incidência de “alta transmissão”, quando ultrapassa a referência de 300 por 100.000 habitantes. São 24,57 vezes o referencial.  De 100 a 300 casos por 100.000 habitantes a classificação é de média transmissão.

        A situação é séria e grave, porque nenhum município vizinho esteve enquadrado entre os 30 maiores atingidos.  Esse triste 9º lugar provoca um isolamento mostrando que o problema é muito localizado,  no grau de sua ocorrência e exige muito trabalho da Secretaria Municipal de Saúde para sanar as suas causas que põem em risco a vida e a saúde da população.  Os óbitos e situações hemorrágicas não se tornaram públicos, porque ocorreram alheios às notificações oficiais.
Ficamos sabendo de uma morte com Dengue através do Sr. Malaquias, amigo do falecido Alair, conhecido como Bigode, proprietário da loja Discolândia.  Pode ser que outros casos tenha havido alheios às notificações oficiais.   Havia percepção geral de alta incidência pelas pessoas afetadas em praticamente todas as famílias conhecidas. 

A Secretaria Estadual da Saúde destacou que  “A troca de gestão ocorrida em aproximadamente 83% das prefeituras do Estado provocou desmobilização de muitas equipes de controle e vigilância o que pode ter acarretado atraso na digitação e envio da informação do número de casos”.

         Entre essas 83% se encontra Visconde do Rio Branco.  A troca não só prejudica o atraso no envio de informação, quanto na eficiência do combate às causas da contaminação do vírus. A equipe recém empossada nem sempre tem a experiência adquirida pela anterior, nem o conhecimento adequado dos locais mais vulneráveis aos focos do Aedes Aegypti.   E a troca de equipe costuma  ser feita por critérios políticos, ao invés de técnicos.  Tudo isto são fatores que colocam em situação vulnerável a saúde da população.


                Já comentamos este assunto.  Talvez voltemos a comentá-lo.  Estamos entrando em um período de festas, festivais, vamos caminhando para o aniversário da cidade, logo depois as comemorações de fim de ano para chegar em 2014 com a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos em meio ao clima eleitoral de renovação total nos quadros estaduais e no federal.  São muitas coisas a contribuir para encobrir os acontecimentos de maior importância na vida de cada um e da sociedade. 

         A todos é louvável a participação nos eventos culturais, nos espetáculos e nos esportivos. Alguns até ajudam o povo a pensar.  Mas, se não houver o hábito de manter em evidência os problemas cruciais, as promoções de lazer acabam se tornando  “pão e circo” como ópio para a consciência coletiva.


         (Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)

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