Dos 30 municípios mais afetados no Estado de Minas Gerais, de acordo
com o Informe Epidemiológico – Dengue de
24/05/2013, o Visconde do Rio Branco-MG- ficou em 9º lugar, com uma incidência
de 7.401,34, com 2.809
casos notificados. A incidência resulta
da multiplicação do número de notificações por 100.000, dividida pelo número de
habitantes (39.742 habitantes no caso de Visconde do Rio Branco-CENSO
2010). Assim, a cidade fica enquadrada
em incidência de “alta transmissão”, quando ultrapassa a referência de 300 por
100.000 habitantes. São 24,57 vezes o referencial. De 100 a 300 casos por 100.000 habitantes a
classificação é de média transmissão.
A situação é séria e grave, porque nenhum município vizinho
esteve enquadrado entre os 30 maiores atingidos. Esse triste 9º lugar provoca um isolamento
mostrando que o problema é muito localizado, no grau de sua ocorrência e exige muito
trabalho da Secretaria Municipal de Saúde para sanar as suas causas que põem em
risco a vida e a saúde da população. Os
óbitos e situações hemorrágicas não se tornaram públicos, porque ocorreram
alheios às notificações oficiais.
Ficamos sabendo de uma
morte com Dengue através do Sr. Malaquias, amigo do falecido Alair, conhecido
como Bigode, proprietário da loja Discolândia.
Pode ser que outros casos tenha havido alheios às notificações
oficiais. Havia percepção geral de alta
incidência pelas pessoas afetadas em praticamente todas as famílias
conhecidas.
A Secretaria Estadual
da Saúde destacou que “A troca
de gestão ocorrida em aproximadamente 83% das prefeituras do Estado provocou
desmobilização de muitas equipes de controle e vigilância o que pode ter
acarretado atraso na digitação e envio da informação do número de casos”.
Entre
essas 83% se encontra Visconde do Rio Branco.
A troca não só prejudica o atraso no envio de informação, quanto na
eficiência do combate às causas da contaminação do vírus. A equipe recém
empossada nem sempre tem a experiência adquirida pela anterior, nem o
conhecimento adequado dos locais mais vulneráveis aos focos do Aedes Aegypti. E a troca de equipe costuma ser feita por critérios políticos, ao invés
de técnicos. Tudo isto são fatores que
colocam em situação vulnerável a saúde da população.
Já comentamos este
assunto. Talvez voltemos a
comentá-lo. Estamos entrando em um
período de festas, festivais, vamos caminhando para o aniversário da cidade,
logo depois as comemorações de fim de ano para chegar em 2014 com a Copa do
Mundo, os Jogos Olímpicos em meio ao clima eleitoral de renovação total nos
quadros estaduais e no federal. São
muitas coisas a contribuir para encobrir os acontecimentos de maior importância
na vida de cada um e da sociedade.
A todos é louvável a
participação nos eventos culturais, nos espetáculos e nos esportivos. Alguns
até ajudam o povo a pensar. Mas, se não
houver o hábito de manter em evidência os problemas cruciais, as promoções de
lazer acabam se tornando “pão e circo” como ópio para a consciência
coletiva.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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