Está muito bonito o movimento na Igreja de Santo Antônio e em
suas adjacências, com os atos religiosos, o funcionamento das barraquinhas, as
vendas de quentão e salgados, os leilões. Esses festejos vêm desde os tempos da
capela, quando não havia calçamento e o piso de chão circundava o templo, a rua
e a ampla área até a estrada de ferro, onde havia o mangueiral. Era muito espaço para o público e o
estacionamento de charretes, quando pouca gente possuía carro. Era tão tranquilo o trânsito, que a juventude
incluía jogo de peteca como divertimento em plena rua, em frente a Igreja.
Igreja de Santo Antônio - a antiga e a nova. Imagem: Ricardo Lopes. Não temos imagem da capila.
Com o passar do tempo, o mangueiral
deixou de existir. No seu lugar funciona
um abrigo de frota de carretas, porque aquele espaço não era público. E os antigos proprietários venderam conforme
suas conveniências. A capela deu lugar a
um Convento, cujas obras ocuparam toda a área da Rua Santo Antônio até os
prédios existentes nos fundos e nas laterais.
A pista de circulação em torno do Convento recebeu a denominação de Rua Frei
Ozório, que foi um batalhador na marcha de evolução da antiga capela, que
passou ao domínio dos franciscanos. O
público cresceu para as festividades que vão até a fogueira do dia 13, feriado
dedicado a Santo Antônio, o Santo casamenteiro do folclore religioso. Com o crescimento do público vieram os
veículos automotores, no lugar das charretes: muitos em busca de estacionamento
para seus proprietários participarem das festas, e muitos outros que transitam
no vai-e-vem normal de um lado para outro da cidade. Aí, chegam os problemas de engarrafamento,
quando no local funciona mão dupla,
entre os veículos estacionados de um lado e do outro, mais a multidão espalhada
no trecho.
Fora da época das festas, a Rua Frei
Ozório dá mão única para quem sai da Santo Antônio, em direção aos bairros
Centenário e Coronel Joaquim Lopes, à direita de quem está de frente para a
Igreja. E o lado contrário é mão única
para quem vem para a Santo Antônio.
Como é natural, nesta ocasião tudo se
altera. Um lado da Igreja fica interditado para o movimento das Barracas e das
unidades móveis de comercialização de bebidas e salgados.
Esta situação requer mudanças no
trânsito, com utilização alternativa da Rua Major Felicíssimo (Estrada de
Ferro) e da rua anterior à Igreja, para
quem vem da parte de cima da Rua Santo Antônio em direção aos Bairros Centenário/Formiga. O trecho crítico do
movimento deve ter sentido único. A
interdição completa complica mais para a locomoção entre o centro da cidade e o
final da Rua Santo Antônio, onde se encontram os Bairros de Lourdes, Biolquino
de Andrade, Esportivo, Santa Rita; e para quem se destina à Colônia, ou à
COHAB/Pito Aceso.
Rua Santo Antônio, do Bairro de Lourdes>centro da cidade. CM 14/04/2013
Rua Major Felicíssimo sentido>Pito Aceso. CM 14/04/2013
Rua Major Felicíssimo sentido>Centro. CM 14/04/2013
Para funcionar com o uso alternativo da
rua anterior à igreja em direção aos bairros Centenário e Formiga, cabe
patrulhamento naquele itinerário.
Durante a noite o trecho é vulnerável ao risco de violência, com locais
ermos e mal iluminados.
O período junino mistura-se como o julino. Acabam as festas de Santo Antônio no dia 13,
e começam as de São João que se estendem até o dia 24 deste mês. No dia 29 comemora-se com fogueira a
homenagem a São Pedro.
Em nossa
região, entretanto, a movimentação gira predominantemente em torno de Santo
Antônio e São João. As fogueiras, os
forrós só terminam quando começa agosto, com os ingredientes comuns do quentão,
da batata doce. Mas, quem procura festa,
não se limita a essas guloseimas específicas.
Bebem de tudo: cerveja, conhaque e demais bebidas “quentes”. A mais consumida é a cachaça, de baixo custo,
e de efeito imediato. Muita gente gosta
mais de ficar embriagado do que de saborear a bebida.
Sempre nesta época a população evoca as
lembranças das festas de São João, promovidas pelo Sr. Antônio Soares, no
Engenho Piedade, Carrapicho. Foi marco
de um tempo, que teve seu auge nos fins dos anos 50 e início de 60 do Século
Passado. Havia de tudo: danças de
quadrilha, pau de sebo, fogueira. Mas o ponto alto eram os calangueiros e
duplas sertanejas no palco, onde, por várias vezes, esteve nada mais, nada
menos do que Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, compadre do dono da festa. “Luiz Lua Gonzaga, com sua sanfona e sua
simpatia”, conforme anunciavam seus apresentadores.
Imagem: Geo e Coisas: Luiz Gonzaga: 100 anos.
A propósito, Gonzaga e o senhor Antônio Soares
foram homenageados no mês passado por ocasião da Semana dos Museus, em evento
do Museu Municipal juntamente com a Secretaria Municipal da Cultura e Turismo.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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