quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Tiroteio no Horto Florestal de Ubá serve de alerta para a Exposição em Visconde do Rio Branco


        O terror que abalou a véspera de feriado ontem em Ubá, no Horto Florestal, alerta as autoridades de Visconde do Rio Branco para as comemorações do aniversário da Cidade que está prestes a acontecer no Parque de Exposições na Barra dos Coutos, um hábito de   todos os anos.

        O jornal A Voz, daquela cidade, fala que “o Horto virou um campo de guerra, com cenas de filme de terror”.  O resultado imediato deixou um morto: André Luiz Carlos Brito, de 16 anos, e dois feridos em estado grave: Sandro de Souza da Silva Singularni, de 18 anos, e Giovani, de 16, internados no Hospital Santa Isabel. O noticiário televisivo da noite falou de seis feridos.  A presença de menores nesses espetáculos noturnos é em si uma inconveniência.
Imagem: Jornal A Voz - Ubá

        Está claro que falhou o serviço de segurança do evento, e deixou de haver prevenção com ausência de policiais.  As noticias somente dão conta de vítimas, mas ninguém foi detido como autor dos crimes.  Penetrar armando em um ambiente de multidão que foi participar do espetáculo é inconcebível no conceito de organização de um acontecimento dessa natureza. E a liberdade de troca de tiros demonstra que não havia policiamento no local. 
 Imagem: Jornal A Voz - Ubá

        Isto é mais uma prova de que a campanha permanente de desarmamento da população produz resultados inversos.  As pessoas comuns que trabalham ficam sem condições de autodefesa nas suas idas e vindas diárias e nas suas residências.  Enquanto os elementos do mundo do crime se encontram à vontade para espalhar o terror e fazerem suas vítimas.

 
Imagem: Jornal A Voz - Ubá

        Um tiroteio em ponto de aglomeração expõe a vida de todos às balas perdidas e torna os espetáculos públicos perigosos para o lazer necessário a quem trabalha e tem uma vida normal. Com isto perdem também os artistas, sujeitos a ficarem sem platéia na expansão da cultura e do entretenimento.

        Em Visconde do Rio Branco já houve festas marcadas por tragédias de assassinatos.

As versões correntes sobre o bang-bang de Ubá dão conta de que pode ter sido encontro de gangues rivais, ou acerto de conta.  Se procederem essas versões, o filme provavelmente  ainda não acabou.  Foi apenas um episódio de uma história sem fim.  E ninguém sabe aonde será o cenário do próximo capítulo.  Os pontos de aglomeração facilitam a fuga, enquanto algumas pessoas são pisoteadas, outras socorridas. E os reis do gatilho desaparecem fácil no meio da multidão. O pânico faz a cortina de fumaça.

        Os quatro dias da XXXIV Exposição Agropecuária, Comercial e Industrial vão da quinta-feira, 26,  ao domingo, 29, com os Titãs, João Bosco & Vinícius, Let’Samba e Diogo Nogueira, como atrações principais.  Em todas as noites, no entanto, haverá participação de outros artistas. Estão anunciadas 12 bandas locais. Embora sejam apenas por quatro noites, esse é um anúncio gigantesco para atrair público.  Por esta razão, o policiamento precisa estar presente, com efetivo considerável em número de agentes.  E, por questão de segurança, a população terá de compreender certa invasão de privacidade, no trabalho de busca, que deve ser respeitosa, mas eficiente.  Desagradável, mas inevitável.  O ideal é que o policiamento esteja equipado com material moderno de detecção de artefatos de metal e outros artifícios usados como arma nessas ocasiões. Com esses cuidados evitará inibir as pessoas que pretendam participar dessa festa de todo ano por ocasião do aniversário do município.    

        Estamos periodicamente vendo notícias de tiroteios em escolas e em locais públicos, com muitas vítimas, pelos jornais da televisão, em lugares distantes do nosso cotidiano. Enquanto distantes, ganham feição de histórias de terror no nosso imaginário, que não nos atingem. O tiroteio de ontem, em Ubá, entretanto, muda o comportamento geral. Sentimos o cheiro de pólvora.  E, para muitas pessoas da cidade, atiradores e vítimas são muito parecidos com conhecidos nossos.  Pode gerar uma paranóia, ou um temor real de que exista uma bomba debaixo de nossa poltrona, ou no palco onde os artistas se apresentam.


(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)  

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