segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Trecho entre o Centro e a Colônia tem maior importância, mas recebe menor atenção

            

            O Choque entre uma moto e um carro, no último sábado, na esquia de Rua Santo Antônio com São José é apenas mais um ingrediente que justifica prioridade para o trecho entre o Centro da cidade e a Colônia, onde fica o Distrito Industrial.


                   Aquela esquina concentra todo o fluxo de veículos de cinco origens: Pito Aceso, Ruas Major Felicíssimo, Santo Antônio de um lado e de outro, e Bairro Esportivo.  O itinerário: Praça 28 de Setembro, Floriano Peixoto, Voluntários da Pátria, Santo Antônio e estrada velha da Colônia têm muitos espaços estreitos para comportar mão dupla, estacionamento dos dois lados, manobras nos pontos comerciais, nas oficinas de conserto e nas garagens dos moradores do percurso.  Por isto são constantes os congestionamentos e eventuais acidentes.

                    Na  esquina citada já houve acidentes com vítimas fatais. Em outros pontos aconteceram atropelamentos que resultaram em morte.  E o trecho de estrada após a Rua Santo Antônio se encontra em péssimas condições de trafegabilidade, com pista estreita, sem acostamento e cheia de casas às margens, com riscos para os moradores, principalmente crianças.

                   Enquanto isto, todo o trecho da estrada de ferro(desativada) desde a estação até a Colônia, se encontra disponível para adaptação ao transporte rodoviário, apenas a depender de algum nivelamento e pavimentação, para tirá-lo daquele estado ocioso.  Do pontilhão até a esquina do Pito Aceso, essa via tem calçamento apenas em meia pista.  A outra metade, em chão, reflete um estado deplorável para o perímetro urbano, semelhante a fundo de quintal e despejo das residências situadas na Rua Santo Antônio.  A complementação do calçamento melhora o aspecto e a qualidade de vida de seus moradores e dos transeuntes.

                   Da esquina do Pito Aceso à Colônia é uma via pronta.  Depende de serviços normais como os de conservação de ruas na cidade.

                   O número de veículos que trafega naquele trecho é incomparavelmente maior do que aqueles entre a COHAB e o centro da cidade.  Os trabalhos de construção da Av. Dr. Lelé e os da cidade/Colônia deveriam caminhar juntos.  Ou, se tiver de obedecer a prioridade por questão de importância, com toda a certeza, o itinerário para a Colônia merece preferência,  sob custos muito menores do que aquela avenida, aberta em mata bruta, com forte impacto ambiental, e com muitas horas de terraplanagem.  O outro trecho a que nos referimos de nada depende em terraplanagem, nem de construção de caro viaduto, ou ponte, para vencer os rios que separam o final da avenida para atingir o outro lado da cidade.
COHAB 1 e 2. Imagem: Isah Baptista

Av. Dr. Lelé. CM

Av. Dr. Lelé. CM

Av. Dr. Lelé. do outro lado da Rua Major Felicíssimo. CM


                   O povo se pergunta  o por quê da preferência por uma obra cara e de menor alcance social. E, em torno de cada dúvida, surgem muitas especulações, sobre possíveis interesses dos proprietários dos terrenos rasgados pela nova rodovia.  Se haverá plano de loteamento de áreas particulares, com infra-estrutura realizada com recursos públicos.  Se há interesse também em gastar com terraplanagem para beneficiar empresas do ramo, privilegiadas com aproximação do poder. 

                   O povo especula diante das condições dos calçamentos e do asfalto trincado em vias de deterioração no momento em que se aproxima o período das chuvas.

                   Como são especulações, pode ser que as razões sejam outras, que dependem de transparência para haver melhor compreensão do que realmente acontece.  Algumas evidências estão a desafiar as ações dos poderes municipais executivo e legislativo.  Afinal, a Câmara de Vereadores tem responsabilidade compartilhada.  Todos os projetos passam por sua apreciação e aprovação.  Os resolvidos por decreto merecem sua fiscalização.  A aprovação cega de tudo o que é proposto reflete apenas a subserviência de uma maioria, que pode dar viabilidade política à governabilidade, mas fere a imagem dos que, teoricamente, representam o povo.  A renovação de mais da metade dos membros desse poder nas duas últimas eleições reflete a insatisfação popular com essa forma de representatividade.  O povo vem demonstrando repetidamente o desejo de mudança.  Como tem faltado alternativa no Executivo, exprime o seu desejo sobre o Legislativo.  Entretanto, se os seus membros, no conjunto, agissem de acordo com a expectativa popular, as substituições seriam menos expressivas.

                   Para lembrar a facilidade de abrir a estrada de ferro ao trânsito rodoviário sem grandes despesas, citamos o trecho entre a Barra dos Coutos e o Centro(Praça Correa Dias – Ponte da Água Limpa).  Agora o trânsito está livre naquele itinerário, que recebeu o nome de Rua Eugênio de Melo, onde está sendo construído o novo Fórum da Comarca de Visconde do Rio Branco.  E vão surgindo novas obras e atividades, com franco desenvolvimento para a área.  Ao mesmo tempo desafoga o congestionamento nas áreas centrais da cidade.
Esse trecho corre paralelo à Avenida São João Batista, Praça Jorge Carone Filho e Av. Theophille Dubreil.  Esta última avenida se afunilava logo depois da Praça Jorge Carone Filho, e fazia problemático o trânsito.  Foi um problema resolvido sem grandes despesas para os cofres públicos.

                   É muito semelhante o trecho objeto deste comentário. A estrada de ferro(desativada) corre paralela a todo o itinerário compreendido das ruas Marechal Floriano, Voluntários da Pátria, Santo Antônio e estrada da Colônia.  Uma vez pavimentada a estrada de ferro, cada extensão poderá dar mão única em sentidos contrários. A distãncia entre o Centro da cidade e a Colônia por esse caminho fica em quatro quilômetros.  Pela BR 120, via Trevo do Filipinho são sete. 

                   É uma opção pelo mais barato. E mais viável. E mais necessária.

(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)       

                    


Nenhum comentário:

Postar um comentário